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Gritos da Liberdade

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Você, eu, milhares de pessoas sabem os seus motivos para estar nas ruas. Cada um protesta a sua própria maneira e pelas causas que acredita. Embora nem todos concordemos sobre o que deve ou não ser prioridade.

Porém, como em junho, temos um denominador comum: temos o direito de estar nas ruas. Temos o direito de nos manifestarmos. E esse direito tem sido sistematicamente violado através da violência policial.

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De ditadura e autoritarismo

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Tá circulando pela internet uma discussão quentíssima (e esquentadíssima) que rolou em vídeo entre o Rafucko, o Carioca e o Pedro Dória. A conversa é principalmente sobre mídia e o papel dos novos e tradicionais veículos nas manifestações. Acho que os três têm pontos válidos, que os três são excelentes profissionais (acompanho o Dória e o Carioca a algum tempo pra poder dizer), e que essa é uma discussão hiper complexa.

Mas queria chamar a atenção para algo em particular que o Rafucko disse em resposta ao Dória.

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Por que Gabriela gostava da palavra “puta”

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Nós inventamos nomes para as coisas que julgamos sujas. Merda, viado, cu, boceta, puta. São os nomes feios, das coisas que devem se manter longe e escondidas. Das coisas que não devem ser mencionadas. E nem escritas.

Gabriela não pensava assim. Ela pensava que o estigma das prostitutas aumentava porque a palavra “puta” era considerada um palavrão. Ela gostava dessa palavra e defendia que as putas fossem chamadas assim.

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O que raios é embargo infringente

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Pizza na Justiça?

Antes que o assunto se esgote (se é que isso vai acontecer um dia), uma palavra sobre a decisão do STF de aceitar os recursos de alguns dos réus do mensalão.

De ambos os lados eu tenho visto argumentos um pouco passionais demais (pra não dizer histéricos às vezes). Tanto quanto do grupo que odeia o Lula e o PT, e acham que eles foram os criadores da corrupção no Brasil e tanto quanto de gente que foi-esquerda-toda-vida e não suporta ver o Partido dos Trabalhadores virar vidraça. No meio do tiroteio partidário acabaram esquecendo de checar com quem realmente é responsável pela situação: as leis, a Constituição, a Justiça.

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Lista de movimentos da revolução

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Pessoal, estamos fazendo um levantamento dos movimentos, coletivos e páginas surgidos no último junho. Quem souber de outros nomes, deixe nos comentários que eu atualizo, ok? Se desejarem, copiem o lista e compartilhem.
Clicando sobre os nomes vocês serão direcionados para a página de cada coletivo.

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Protesto na Paulista: quando bolivianos, caras-pintadas e surdos se encontram na avenida

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Acabando de voltar da avenida Paulista no coração de São Paulo, onde me deparei com uma cena surreal.

19h30:

1. Um grupo de mais de 300 bolivianos protesta em frente ao consulado da Bolívia. Eles pedem justiça pela morte cruel de um menino de cinco anos durante um assalto. Em espanhol eles pedem a saída do cônsul e gritam “Justicia paraguaya!” (foi o que eu entendi). A maioria é de homens jovens e há algumas mães que carregam bebês no colo. Umas três bandeiras da Bolívia são agitadas em meio às pessoas. Leia o resto deste post »

A polícia de um governo que teme seu povo

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Só um governo que tem medo do seu povo é capaz de mandar o batalhão de choque para conter manifestantes pacíficos.

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Houve vandalismo? Sim. A violência nas manifestações aumentou? Sim.
Mas do Ceará ao Paraná, as grandes manifestações em dias de jogos da Copa das Confederações têm seguido o mesmo roteiro: Leia o resto deste post »

Aqueles que não ouvem a revolução*

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Revolução para todos
Revolução para todos

Assim como a maioria de vocês (acredito eu), fiquei extremamente tocada com o que vem acontecendo nas ruas todos os dias. Não são só manifestações, a atmosfera mudou, o nosso modo de pensar mudou. A diferença se vê nas conversas de bar, no papo com o porteiro, no conselho do garçom e, principalmente nas redes sociais.

Depois de tudo o que aconteceu em São Paulo no dia 13 de junho, a internet se consolidou como uma das mais importantes ferramentas de informação. Se eu soubesse contar o futuro, diria que esse foi o dia em que as redes sociais ultrapassaram a TV. Ultrapassaram porque nossos teclados foram mais velozes, nossas câmeras mais ágeis e o desejo de compartilhar a informação, a verdadeira informação, sem filtros, foi mais intenso. Leia o resto deste post »

Apontamentos após a (primeira) vitória das ruas de SP

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Paulista lotada no dia 18: pressão popular que deu certo
Paulista lotada no dia 18: pressão popular que deu certo

Sobre o rumo das discussões sobre o transporte coletivo:

1. A grande questão agora é quem vai pagar a redução da tarifa.
Permitir que a prefeitura ou o governo do estado tire investimentos de áreas como saúde e educação ou mesmo eleve os impostos para cobrir o gasto é trocar 6 por meia dúzia. É importante que o custo seja reduzido para o cidadão. Hoje, o preço do transporte público é pago por três setores: o governo (prefeitura no caso dos ônibus e estado no caso do metrô), empresas e os passageiros. Cada um entra com uma parte, sendo que hoje a divisão é assim:
10% – empresas
20% – governo
70% – passageiro
É esse equilíbrio que tem que se alterar. Em cidades da Europa, cerca de 60% da passagem é subsidiada pelo governo, o que permite que se tenha um transporte público de qualidade e com custos relativamente baixos. Leia o resto deste post »

Todos às ruas!

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Precisa falar alguma coisa mais?

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Para entender o que aconteceu no 13 de junho:

E mais:
Do sonho ao vandalismo e à brutalidade (excelente reportagem da ISTOÉ)

24 momentos do 13 de junho que você não vê na TV

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Você precisar de mais argumentos, uma coletânea dos melhores textos:

O pior relato do 13 de junho (policiais deixaram manifestante semi-nua no meio da rua)

Sopro de primavera antes da festa da Fifa

Manifestações de apoio marcadas na Europa

Governo de Minas proíbe manifestações em todo o estado

Milhares já escolheram os sapatos que não vão apertar (sobre a cobertura da mídia)

O lado do policial

Página do evento de hoje em SP (Facebook)

A hora é agora! Se você mora em São Paulo, encontre-nos hoje (17 de junho) no Largo da Batata às 17h. Se você mora em outra cidade, informe-se sobre os protestos que ocorrerão ou organize-os. Se você tiver medo de participar (é normal), coloque um pano branco na janela em solidariedade às vítimas da PM.

Pelo direito a um transporte público de qualidade!

Pelo direito à manifestação sem repressão!

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Por que é bacana parar a Paulista

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Se a tarifa não baixar, olê olê olá/ a cidade vai para-ar!

Oh, wait!

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A cidade já parou, baby

Eu não fui nas manifestações pela redução das tarifas do transporte público que estão acontecendo em São Paulo porque sou uma escrava da informação estava em casa trabalhando. Mesmo assim, acho válido dar a minha contribuição expandindo o tema.

Em primeiro lugar, o que tem dado mais o que falar: o quebra-quebra e as pichações.

Pessoalmente eu não concordo. Acho que a depredação devia ter sido evitada não só pelo estrago, mas principalmente porque quem discorda do movimento fica na ladainha do disco arranhado de “eles são vândalos, eles são vândalos” e a discussão do que realmente importa fica em segundo plano.

Mas como em tudo na vida, existem mais que dois lados da questão, como exemplifica o historiador Idelber Avelar:

Você gosta do seu 13° salário? Sangue pra c****** jorrou para que você o tivesse. Curte as suas férias? Estude História e descubra que elas foram conquistadas na porrada. Acha bacana ter o direito de votar? Muito mais do que janelas foram quebradas para que você o tivesse. É mais que justo ter o direito de se divorciar de alguém com quem você não quer mais viver? Protestos violentos aconteceram para que isso se conquistasse também.

Então, se você acha legal e justo ter 13° salário, férias, divórcio, voto e direito à greve, poupe-nos do mimimi porque meia dúzia de janelas foram quebradas em protesto. Nenhuma das garantias democráticas que você tem hoje foi conquistada sem que algo muito mais violento acontecesse.”

Outra questão no tópico: alguns jornais e sites talvez tenham exagerado ou deliberadamente errado na cobertura e focado só no quebra-quebra. Alguns manifestantes disseram inclusive que foram retratados como vândalos, mesmo tendo agido no sentido de preservar o patrimônio. E há vídeos para provar.

Quando o quebra-quebra é em Paris, é hype! (baderneiros pelo casamento gay na capital francesa)
Quando o quebra-quebra é em Paris, aí é hype! (baderneiros pelo casamento gay na capital francesa)

Superado este ponto, vamos ao que realmente interessa.

As pessoas têm reclamado que ficaram horas paradas por causa das manifestações que fecharam três das principais avenidas de São Paulo e ecoaram no Rio de Janeiro, Natal, Goiânia e Porto Alegre. E sim, eu também fiquei presa no trânsito gerado pela manifestação e perdi a reserva em um restaurante. Mas o raciocínio é o seguinte:

1 – As pessoas reclamaram que ficaram paradas por causa da manifestação e perderam trabalho/compromisso.

2 – Portanto essas pessoas, motoristas ou passageiros de ônibus, se sentem prejudicadas quando o trânsito fica lento.

3 – O trânsito é lento nas cidades grandes, entre outros fatores, por causa da má distribuição dos imóveis e da quantidade de carros nas ruas, sendo que:

4 – Se mais pessoas usassem o transporte público, menos carros haveria nas ruas e o trânsito fluiria melhor, uma vez que 40 pessoas dentro de um ônibus ocupam menos espaço do que 40 carros, sem contar o metrô, que ocupa espaço quase zero no solo. Porém:

5 – Um dos fatores que as pessoas levam em conta ao adotar ou não o meio de transporte público, além de conforto e facilidade de acesso é justamente o PREÇO.

Ou seja: as pessoas estão parando o trânsito hoje para que o trânsito melhore amanhã, para todos, motoristas e passageiros de ônibus. Pare e pense: você não pode dar um dia da sua rotina em prol da melhoria na vida de milhões de pessoas por vários dias???

Entendo que as pessoas coloquem o bem-estar real de si mesmas antes de um bem-estar abstrato de toda a sociedade. Mas que as pessoas prefiram sacrificar um possível bem-estar duradouro no futuro porque querem chegar em casa logo, isso realmente não entra na minha cabeça.

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Como sempre, falaremos mais sobre transporte público. Por enquanto fiquem com estas leituras obrigatórias:

Protestar no Facebook não adianta nada, o negócio é fechar avenida (Carta Capital)

O protesto que eu não vi pela TV (um relato lindo de quem foi na manifestação)

– O preço do ônibus aumentaria se as pessoas se importassem? (reportagem sobre quem paga a conta)

Brasil se levanta en protesta contra el aumento de los precios del transporte (matéria do jornal espanhol El País)

Como eu descobri meu racismo

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A gente gosta de dizer que o Brasil não é racista. Enchemos a boca para falar que somos o país da diversidade racial, que todo mundo convive bem e que aqui a cultura negra é festejada, olha que alegria! Só que não. Como já dizia George Orwell, no clássico A Revolução dos Bichos: somos todos iguais, mas uns são mais iguais que os outros.

Todos temos direito à proteção, mas alguns acabam mais atingidos. Todos temos direito à educação, mas alguns ficam de fora. Todos temos direito aos bens materiais, só que alguns terão que esperar mais um tempinho, que tem gente na frente. Então paremos com essa história de país igualitário e olhemos o Brasil pelo que ele é: um país preconceituoso, que insiste em manter uma desigualdade gritante e ainda por cima profundamente ligada à aparência das pessoas.

O que é um pouco mais difícil de engolir é o seguinte: se o Brasil é um país racista, somos todos racistas. Eu, você, o seu professor favorito, avó, filho, namorado, todos. Eu sei que você já abriu a boca para dizer que “nãão, eu não, imagina!”, mas acompanhe meu pensamento. Existe um “pré-conceito” muito forte na nossa sociedade, que é a ideia de associar a pobreza, a criminalidade e a falta de ensino às pessoas negras. É por isso que o mulato é o primeiro suspeito da polícia, que o “moreninho” de chinelo é confundido com um pedinte e que tem gente que não pode participar de um happy hour em paz sem ser confundido com o garçom.

E eu, toda linda e cheirosa, que sempre acompanhei os movimentos sociais, que sempre pensei diferente e nunca hesitei em apontar o preconceito e o machismo alheio, eu achei que estava acima disso. Eu achei que ler e pensar a respeito do racismo e exercitar minha aceitação ao diferente me faria imune a esse pensamento de Casa-grande e Senzala, e que eu realmente percebia que todos eram iguais. Até o dia em que eu dei de cara com a parede.

Tô branco agora, moça?
Tô branco agora, moça?

Foi numa cidadezinha de Portugal, chamada Braga. Fui visitar meu irmão que estava morando e estudando lá. Ele ocupava um dos quartos de um prédio cheio de estudantes de todas as partes do mundo. Estávamos eu, ele e alguns brasileiros na porta do prédio. A essa altura eu já estava zonza com o tanto que tudo era diferente naquele continente. Eis que se aproximam de nós duas moças. Uma delas, que chegava sorridente à frente, devia ter uns 20 anos, tinha cabelos loiros e cacheados, olhos azuis e cara de anjinho. A outra, que vinha logo atrás, era mais reservada, devia ter por volta de 30 e poucos, era negra, de olhos e cabelos castanho-escuros. Elas chegaram perto do nosso grupo e, vendo que eu era nova na cidade, a menina da frente se apresentou num inglês muito difícil: “Oi, eu sou fulana. Esta é ciclana”. Sorri para as duas e me apresentei também. Foi só quando meu irmão comentou que elas eram estudantes da faculdade dele vindas da França e de Cabo-Verde é que eu despertei da realidade paralela na qual eu tinha entrado: eu estava assumindo que era uma menina e sua empregada!

Quando eu percebi que eu tinha presumido que uma estudante de Cabo-Verde era a empregada de alguém, só porque ela era negra, me deu vontade de cavar um buraco ali mesmo e enfiar minha cabeça dentro. Ainda bem que eu tive a decência de não abrir a minha boca e ninguém percebeu. Eu não creio que eu as trataria de modo diferente se fossem uma faxineira e uma patroa, mas eu fiquei assustada com a facilidade com que eu entrei nesse jogo de “ele é preto, então é pobre”. Então eu lembrei que já tinha pensado assim muitas e muitas vezes, só que nem sempre o choque entre realidade e imaginação era tão grande como foi naquele outro país.

Desde então eu fiquei pensando muito em como escapar do meu próprio preconceito. Ultimamente tenho tentado usar a imaginação para inverter as cores das pessoas nas ruas. “O que eu pensaria se esse cara fosse branco, e não negro? Qual seria a minha visão sobre essa senhora, se ao invés de branca, ela fosse negra?” Funciona em parte, mas ainda preciso de alguma prática. Enquanto ainda não consegui tirar o racismo da minha cabeça, o melhor é me esforçar duplamente para tratar todo mundo igual. E gastar mais uns cinco minutos checando se o garçom é mesmo o garçom.

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Senso de injustiça é o básico

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Essa palestra do pesquisador Frans de Waal é bem interessante.

Ele mostra vários testes de comportamento animal que provam que macacos, elefantes e outros mamíferos sentem empatia, têm senso de colaboração e ficam fulos da vida se acham que estão sendo injustiçados.

Um dos melhores experimentos demontra na prática o que é receber um salário de R$ 600,00 enquanto a madame do outro lado da cidade recebe uma pensão de R$ 60 mil, e o que isso desperta nas pessoas. Quer ver? Avance até os 12 minutos e 44 seg.:

Pois é. Como disse Frans, o macaco da esquerda é aquele pessoal do Occupy Wall Street.

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Santa Maria e a nossa responsabilidade

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Tem circulado uma carta na internet, a princípio escrita por uma das vítimas do incêndio na boate Kiss em Santa Maria. No texto a menina comenta sobre o momento no qual a Dilma chorou ao comentar sobre a tragédia ou visitar os parentes das vítimas e literalmente pede para a presidente “engolir o choro” e fazer alguma coisa.

Clique aqui para ler a carta.

Pois é. Não precisa conhecer muito de política para dizer que muita gente trata governantes e políticos como deuses ou demônios. Num momento eles são os grandes benfeitores do País, aqueles que “colocaram o Brasil nos trilhos” e no outro eles são os responsáveis por toda desgraça que acontece, da consciência do funcionário não-treinado à epidemia de crack nas ruas.

É de todos nós.
É de todos nós.

Existe o hábito de ver os governantes como os únicos jogadores do jogo do soberania brasileira, enquanto todos nós somos apenas expectadores que ficam xingando, lá da arquibancada. Como se não tivéssemos nada a ver com as políticas públicas e com o comportamento da sociedade.

Há alguns anos eu trabalhei numa ONG chamada Oficina de Imagens e, entre outros trabalhos, ajudava num programa da Unicef chamado “Município Aprovado“. A ideia ajudar as prefeituras das pequenas cidades do norte de Minas a melhorar os indicadores sociais do município, como taxa de desnutrição, acesso à escola e etc. No final, as cidades que conseguissem avançar ganhavam um selo reconhecido internacionalmente. E o que se via era que, por mais dinheiro que uma região tivesse, a mudança só acontecia de verdade quando a comunidade inteira ajudava.

Ainda me lembro do que me disse um dos coordenadores do programa, algo assim: “As pessoas acham que o papel dos governantes é resolver todos os problemas da cidade para elas. Mas a verdade é que se as pessoas não se envolverem, as prefeituras e os governos não dão conta de mudar o cenário sozinhos”.

No final a lição de Santa Maria é essa. O que matou mais de 200 jovens não foi o fogo ou a fumaça. Foi o descaso e a negligência com a segurança das outras pessoas, cometidas tanto pelos órgãos públicos quanto pelos empresários e pelos músicos em nome da economia ou da comodidade. Agora pare e pense: quantas vezes você já burlou as regras em nome da comodidade e da economia?

Deixa eu te ajudar. Você já falsificou carteirinha de estudante? Já dirigiu depois de beber? Já pediu pra aquele médico amigão da família fazer uma receita de remédio controlado, porque você precisa viajar e a cartela está no fim? Já furou fila? E essa vai para os amiguinhos jornalistas: você já usou sua influência profissional para ser atendido antes em órgãos públicos ou entrar sem pagar em museus e shows?

Pois é. Que tal se, além de culpar a todos os governantes, empresários e políticos do país, a gente parasse para pensar e colocasse a mão na consciência?

Quem quiser mais sobre esse assunto, também recomendo o texto do Antônio Prata, que está fantástico.

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A decisão do STF sobre a Ficha Limpa (de 2011)

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Reclame dos serviços públicos

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Já falei aqui do Reclame Aqui, que me ajudou inclusive no caso da Ricardo Eletro.

Agora o mesmo portal lançou uma ferramenta para os cidadãos reclamarem dos serviços da cidade. O Reclame Aqui Cidades.

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Ainda é um serviço que está no início, mas quanto mais pessoas usarem, mais pressionada as prefeituras vão se sentir a responder e criar uma estrutura melhor de atendimento ao cidadão.

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O trânsito é o campeão de reclamações de São Paulo. Quem está surpreso?

 

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