Revolta da Salada
Gritos da Liberdade
Você, eu, milhares de pessoas sabem os seus motivos para estar nas ruas. Cada um protesta a sua própria maneira e pelas causas que acredita. Embora nem todos concordemos sobre o que deve ou não ser prioridade.
Porém, como em junho, temos um denominador comum: temos o direito de estar nas ruas. Temos o direito de nos manifestarmos. E esse direito tem sido sistematicamente violado através da violência policial.
A PM tem que acabar
A investigação da Promotoria de Justiça confirmou o que a maioria já desconfiava: o servente de pedreiro Amarildo de Souza, pai de seis filhos, arrimo de família, morador da favela da Rocinha e pescador nas horas vagas, foi torturado até a morte por policiais da Unidade de Polícia supostamente Pacificadora. Portador de epilepsia, ele não resistiu aos choques elétricos que se seguiram à tortura com o saco plástico. Seu corpo foi ocultado pelos policiais, que disseram que ele havia deixado a unidade a pé.
Eu gostaria de estar surpresa. Eu gostaria de estar chocada. Mas infelizmente esse cenário não é exatamente novo. Que a PM tortura e mata pobres na favela, todo mundo já sabia. Por quê então não fizemos nada???
Lista de movimentos da revolução
Pessoal, estamos fazendo um levantamento dos movimentos, coletivos e páginas surgidos no último junho. Quem souber de outros nomes, deixe nos comentários que eu atualizo, ok? Se desejarem, copiem o lista e compartilhem.
Clicando sobre os nomes vocês serão direcionados para a página de cada coletivo.
Protesto na Paulista: quando bolivianos, caras-pintadas e surdos se encontram na avenida
Acabando de voltar da avenida Paulista no coração de São Paulo, onde me deparei com uma cena surreal.
19h30:
1. Um grupo de mais de 300 bolivianos protesta em frente ao consulado da Bolívia. Eles pedem justiça pela morte cruel de um menino de cinco anos durante um assalto. Em espanhol eles pedem a saída do cônsul e gritam “Justicia paraguaya!” (foi o que eu entendi). A maioria é de homens jovens e há algumas mães que carregam bebês no colo. Umas três bandeiras da Bolívia são agitadas em meio às pessoas. Leia o resto deste post »
A polícia de um governo que teme seu povo
Só um governo que tem medo do seu povo é capaz de mandar o batalhão de choque para conter manifestantes pacíficos.
Houve vandalismo? Sim. A violência nas manifestações aumentou? Sim.
Mas do Ceará ao Paraná, as grandes manifestações em dias de jogos da Copa das Confederações têm seguido o mesmo roteiro: Leia o resto deste post »
Aqueles que não ouvem a revolução*
Assim como a maioria de vocês (acredito eu), fiquei extremamente tocada com o que vem acontecendo nas ruas todos os dias. Não são só manifestações, a atmosfera mudou, o nosso modo de pensar mudou. A diferença se vê nas conversas de bar, no papo com o porteiro, no conselho do garçom e, principalmente nas redes sociais.
Depois de tudo o que aconteceu em São Paulo no dia 13 de junho, a internet se consolidou como uma das mais importantes ferramentas de informação. Se eu soubesse contar o futuro, diria que esse foi o dia em que as redes sociais ultrapassaram a TV. Ultrapassaram porque nossos teclados foram mais velozes, nossas câmeras mais ágeis e o desejo de compartilhar a informação, a verdadeira informação, sem filtros, foi mais intenso. Leia o resto deste post »
Apontamentos após a (primeira) vitória das ruas de SP
Sobre o rumo das discussões sobre o transporte coletivo:
1. A grande questão agora é quem vai pagar a redução da tarifa.
Permitir que a prefeitura ou o governo do estado tire investimentos de áreas como saúde e educação ou mesmo eleve os impostos para cobrir o gasto é trocar 6 por meia dúzia. É importante que o custo seja reduzido para o cidadão. Hoje, o preço do transporte público é pago por três setores: o governo (prefeitura no caso dos ônibus e estado no caso do metrô), empresas e os passageiros. Cada um entra com uma parte, sendo que hoje a divisão é assim:
10% – empresas
20% – governo
70% – passageiro
É esse equilíbrio que tem que se alterar. Em cidades da Europa, cerca de 60% da passagem é subsidiada pelo governo, o que permite que se tenha um transporte público de qualidade e com custos relativamente baixos. Leia o resto deste post »
Diálogos em tempos de revolta popular
Depois da manifestação linda e maravilhosa de ontem, dá pra ver que a rotina de SP mudou.
No supermercado:
Açougueiro: -Esse presunto nem tá tão caro, é R$ 20 o kg.
Eu: – Bom, vai sair mais barato que o ônibus né?
Açougueiro: -É verdade, o ônibus tá de matar. (…) Vai ter manifestação hoje?
Eu: – às 17hs, na praça da Sé. Vamos?
Açougueiro: – Olha, vou ver se vou sim, que do jeito que tá, não dá mais.