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Perdoe o seu ladrão

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Clica que você chega no grupo!
Clica que você chega no grupo!

Um desses eu ouvi que enquanto você guarda ódio de uma pessoa, você continua tendo uma ligação com ela.
Você conseguiria deixar o ódio pelo seu ladrão ir embora?

A Bruna Caldeira está tentando perdoar o ladrão que roubou a casa dela. Não vai ser fácil, já que ele levou um notebook com trabalhos de oito anos de atuação como designer gráfica. O ódio e a ideia de perdoar mexeram tanto com ela que ela criou uma página no Facebook pra ajudar mais gente a deixaro sentimento ir embora. O que não significa, é claro, que o cara não tenha que ser punido.

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A patrulha gramatical ou: da dor de não saber

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Como que monta, mãe?
Como que monta, mãe?

As pessoas cometem erros gramaticais incríveis na internet, eu sei. Acredite, eu leio, escrevo e reviso milhares de caracteres por dia e não tem nada que faça meu estômago revirar mais fácil do que um “fássio”. Mas antes de sair dando indiretas no Facebook ou dar print screen no erro dos outros, eu tento parar e pensar sobre algumas coisas:

A primeira questão é que eu sou uma pessoa muito privilegiada nesse país. Eu tive acesso a uma boa escola, tenho boa capacidade de aprendizado, tenho pais que me incentivaram o hábito de leitura desde cedo e tive acesso ao ensino superior. Além disso, sou jornalista, tenho a língua portuguesa como objeto de trabalho, o que me dá o privilégio de saber mais do que a média quando o assunto é coesão textual ou regras gramaticais.

Mas a maioria das pessoas não teve a mesma vida que eu. Muita gente não teve oportunidade de estudar, porque tinha um trabalho integral aos 12 anos ou porque a escola era muito longe. Outros até frequentaram bons colégios, mas têm problemas de aprendizado. Outros ainda acabaram focando totalmente em outras áreas, por causa da dificuldade com o português e com as matérias de humanas.

Então quando a gente aponta o dedo e critica uma pessoa que não sabe escrever de modo correto, nós estamos fazendo isso de uma posição muito superior a ela, e isso, na minha opinião, é extremamente cruel. É como se você visse um cara sem um braço na rua e começasse a rir porque ele não consegue fechar o zíper do casaco. E isso vale mesmo que seja uma indireta ou um comentário sem alvo definido.

Eu já conheci pessoas maravilhosas que têm tanta habilidade com textos quanto eu tenho com uma britadeira. E o que mais me dói é que isso é extremamente embaraçoso para elas. Minha avozinha linda, por exemplo, nunca respondeu nenhuma das cartas que eu mandei, porque ela morre de vergonha de ser semi-analfabeta. Mal sabe ela que eu ia amar até se ela me mandasse um coração desenhado num guardanapo. O que são um monte de rabiscos, perto de todas as rezas que ela já fez para mim na vida?

Essas pessoas sempre fizeram parte da nossa vida e tentaram esconder o fato de não dominarem a língua como nós (sem duplo sentido, please). Mas agora a geração mais nova delas ganhou um computador, no qual se pode perguntar e errar sem que ninguém veja e julgue. Essas pessoas podem entrar no Google no quarto delas e aprender, clique após clique, o que seus pais não tinham coragem de perguntar. Elas provavelmente são a primeira geração da família que pode opinar entre as pessoas “relevantes”, seja contra a corrupção no Senado ou seja a favor do corte de cabelo do Justin Bieber.

A gente pode até criticar quem trocou “s” com “c”. Mas temos que saber que essa cutucada é feita de um plano muito privilegiado em relação a quem recebe, e pode acabar se transformando num soco na barriga. E de estômago revirado aqui, basta o meu.