A sustentabilidade

Pra não dizer que eu não falei das flores

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Linda a sequência de fotos captada pelos fotógrafos Majdi Mohammed, da Associated Press, e Mohamad Torokman, da Reuters.

crédito: Mohamad Torokman/Reuters

Dada a profusão de restos de granadas de gás lacrimogênio presente na palestina, os moradores de uma cidade chamada Bilin, na Cisjordânia, resolveram plantar flores dentro das embalagens das granadas, num estilo aprimorado daquele pessoal que entregava flores para os soldados nos anos 60. A galeria completa está na página do G1.

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Financie pequenos agricultores e empresários

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Às vezes, tudo o que uma pessoa precisa é de um pequeno empurrãozinho financeiro para começar seu negócio. Algo da ordem de R$ 5 mil ou até mesmo R$ 500,00 para comprar suprimentos e montar uma lojinha. O que acontece é que muitas vezes esses micro micro agricultores ou empresários ao redor do mundo não têm sequer uma conta no banco, que dirá acesso a crédito na praça.

É aí que surgiu o microcrédito, um conceito que surgiu na Índia e tem como objetivo dar esse voto de confiança inicial que essas pessoas precisam.

Mas e você com isso? Você agora pode colaborar emprestando dinheiro para as companhias de microcrédito. Funciona assim: você entra no site da Kiva e escolhe um projeto para financiar. As quantias variam, mas é possível começar com 25 dólares. A Kiva empresta esse dinheiro para um empresa de microcrédito local e quando a quantia desejada for atingida, esse dinheiro é emprestado para o pequeno agricultor ou comerciante (a maioria dos projetos estão na África ou países mais pobres da América Latina). Quando o agricultor conseguir fazer seu dinheiro render, ele paga o empréstimo de volta e você também recebe o seu dinheiro de volta.

E então pode financiar mais um projeto e fazer tudo girar novamente.

Pagando para poluir

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Quando o mercado de créditos de carbono surgiu, muita gente ficou satisfeita. Afinal, que ideia melhor do que dividir a quantidade total de carbono que podemos emitir em pequenas porções que podem ser trocadas?
Anie Leonard, minha heroína pessoal, lança mão mais uma vez de desenhos fofinhos para explicar porque essa não é uma boa ideia.

Vale a pena ver também:
A história das coisas
A história da crise
Projeto A história das coisas (inglês)

Por que não temos um mapa colaborativo de pontos de reciclagem?

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Eu não sei, sinceramente.

Me mudei de casa na semana passada e venho procurando um ponto perto da minha casa para levar o material reciclável, já que o edifício não recicla. Pensei que isso seria algo fácil de se encontrar na internet, mas não. Topei inúmeras vezes com o site da Rota de Reciclagem, da Tetra Pak, o mais divulgado justamente por ter uma empresa com estrutura enorme por trás. Só que o mapa está claramente incompleto. Por um motivo claro: só dá para fazer uma mapa cobrindo a maioria dos pontos de reciclagem do Brasil se ele for colaborativo. Se todo mundo puder ir lá e postar o posto que conhece perto da sua casa ou do seu trabalho. Eu mesma conheço uns três que poderiam ser incluídos lá.

Encontrei o e-lixo maps, que trata de eletrônicos, e é bem completo (justamente por ser colaborativo). Mas não abarca os resíduos do dia-a-dia, plástico, papel, vidro, metal.

Reciclar lixo em São Paulo – a maior, mais rica e mais desenvolvida cidade do Brasil – é ironicamente uma tarefa quase impossível.

Alguém aí conhece um mapa no Google maps quetenha essa iniciativa?

A praia de plástico

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Certo dia, lá pelos anos 50, meu avô chegou em casa com uma novidade. Ele havia comprado de um colega de trabalho uma tal de “matéria plástica”, uma espécie de pano impermeável que você colocava nas costas para não molhar na chuva. Meu pai, ainda criança, ficou maravilhado, assim como os vizinhos. Aquilo resolvia um problema frequente: o de ter que trabalhar na lavoura debaixo da chuva e voltar para casa encharcado.

A descoberta era apenas um pedaço de plástico, que hoje passaria batido como um saco de lixo comum. Mas na época, para quem morava numa roça simples no interior de Minas Gerais, aquilo era ouro. Sessenta anos depois, é impossível passar uma hora sequer sem ver um pedaço de plástico na sua frente. É só você olhar ao redor. O computador no qual você lê este texto? Boa parte de plástico. A caneta? De plástico. A cadeira que você está sentado? Componentes de plástico. Seus sapatos, cartões de crédito, celular, relógios, boa parte dos objetos do nosso dia-a-dia são feitos inteiramente ou em parte desse material.

Com tanta abundância, o plástico não tem lá mais muito valor. Tanto que o maior destino dele é aterro, geralmente dentro de um saco de lixo, feito de – adivinha? Isso se for um objeto de sorte. Muitos produtos acabam indo parar na rua mesmo. Daí para o esgoto ou para um rio. De ambas as formas, o destino final é quase certo: o mar. O acúmulo desse material no oceano Pacífico é tão grande, que as correntes marítimas acabaram concentrando o lixo em um ponto e formando uma verdadeira “Ilha de Plástico“.*

Aí é que está outro problema: sabe aquele pedaço de “matéria plástica” que meu avô levou para casa nos anos 50? Ela ainda existe, em algum lugar. Seja num lixão, no meio do mato ou no mar, ela está lá, intacta. Isso porque não são 100 anos que vão fazer um material desse se decompor naturalmente e desaparecer. Portanto, se contarmos a invenção do plástico a partir do Nylon, lá pelos anos 30, é razoável se pensar que todo o plástico já produzido no mundo ainda está na natureza.

Esse assunto me veio a tona hoje depois de assistir esse videozinho abaixo, no fantástico blog Colossal. Está em inglês, mas as imagens são bem ilustrativas. Richard Lang e Judith Selby Lang passam os dias recolhendo pequenos objetos de plástico que encontram na praia perto de onde moram, no norte da Califórnia (EUA). Juntaram tanto material que começaram a fazer obras de arte com aquela matéria-prima de todas as cores.

One Plastic Beach from High Beam Media on Vimeo.

Essa história serve para repensarmos uma coisa: o plástico que jogamos fora todos os dias – é lixo? Ou será que são recursos valiosos da natureza que foram transformados pelo homem e que agora não têm mais valor para nós simplesmente porque o vemos como descartáveis? Como diz Richard: “O contrário da beleza não é o feio. O contrário da beleza é a indiferença”.

*Se você sabe inglês e quer saber mais sobre esse assunto, vale a pena ver a palestra do biólogo Charles Moore, o descobridor da ilha de lixo no Pacífico.

Belo Monte: a gota d’água

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O movimento contra a construção da usina de Belo Monte ganhou aliados poderosos: atores globais!

Ei dona Dilma e pessoal do “desenvolvimento acima de tudo”: vocês a acham que podem tudo? O povo pode mais! (tá ok, empolguei)

É a Gota D’ Água +10 from Movimento Gota d’ Agua on Vimeo.

Vale a pena entrar no site Gota D’água e assinar o manifesto.

Também vale conhecer o blog Belo Monte de Violências, do brilhante procurador da República no Pará, Felício Pontes Jr. Por si só esse site já vale outro post.

Código florestal: hora de agir

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Flickr by Ana_Cotta
É o fim?

Pois é. O projeto do novo Código Florestal foi aprovado na Câmara dos Deputados, usando argumentos que passam bem longe das florestas. Esse vídeo e algumas leituras (links no fim do post) explicam direitinho em que enrascada estamos nos metendo.

Mas ainda dá tempo de reverter esse quadro. O projeto está no Senado, e é hora de pressionar os nossos ilustres senadores. Lembra o candidato no qual você votou no ano passado? Pois é. Tá na hora de cobrar dele uma postura condizente com a confiança que você depositou nele. O e-mail do fulano e dos outros 80 parlamentares pode ser encontrado aqui. Eu mesma já enviei mensagens para os três representantes de Minas e os três de São Paulo. Tudo que recebi foi uma resposta automática, mas… meslhor que nada, né?

Outras formas de mostrar sua opinião sobre esse assunto é assinar a petição da Avaaz e votar “não’ ao projeto no Vote na Web, site que reproduz as votações do Congresso e disponibiliza para a população opinar.

Além disso vale falar do assunto em blogs, exigir do jornal que você lê que fale sobre o assunto, comentar nas notícias divulgadas. E é claro, vale se juntar às manifestações nas ruas do Rio, em São Paulo e outras cidades. Se você souber de mais formas de fazer barulho contra esse projeto ou a programação de novas manifestações, divulge nos comentários.

Lembra você que vive reclamando que a política do Brasil não presta? Agora é a hora de fazer algo para mudar isso. E se a gente aprovou a lei da Ficha Limpa, a gente consegue se mobilizar contra o novo Código [da devastação] Florestal.

Para entender o assunto:

Entrevista com Marina Silva no Roda Viva
Post da Eliane Brum
Manifesto de 38 entidades da sociedade civil, incliundo OAB e CNBB
Pesquisa do DataFolha
Íntegra do projeto
Lista dos deputados que aprovaram o projeto

O outro lado de Belo Monte

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Vale a pena conferir esse vídeo, que traz uma nova visão sobre a usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu.

Recentemente, o projeto obteve a licença do Ibama. O Ministério Público ainda luta para impedir a construção, mas considera esta uma causa perdida. Me faz pensar: até onde vale a pena ir para conseguir mais energia? E quanto ao potencial para energia solar que o Brasil tem? Não vale a pena ser avaliado?

Um homem de bem a menos

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Assistindo ao discurso de Zé Claudio Ribeiro no TEDx Amazônia, me lembrei que não chequei se a madeira da minha escrivaninha é certificada. Encomendei em outubro de uma loja em SP e simplesmente me esqueci desse ponto. Que mancada.

Zé Cláudio foi morto na semana passada, junto com sua mulher. Mais um para se somar ao triste time de Chico Mendes e irmã Dorothy.

O que ele tentava dizer era: “a floresta vale mais em pé do que derrubada”. Que descanse em paz.

Em tempo: andam dizendo que o novo Código Florestal tem culpa no assunto. O que acham?

 

Quanto espaço você precisa para viver?

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Num tempo em que carros e casas aumentam de tamanho enquanto a metragem do mundo continua a mesma, Christian Schallert dá um exemplo de sustentabilidade. O vídeo está em inglês, mas é bem fácil de entender.

O apatamento dele fica em Barcelona, tem 24 m² e é um primor de organização e aproveitamento do espaço. É interessante os conceitos nos quais ele se inspirou. O primeiro deles são os pequenos barcos, nos quais tudo tem que ficar escondido para não desmoronar na hora da vigem. O segundo é um episódio de sua infância. Ele se lembra de ter um grande sofá em casa. Gostava então de juntar todas almofadas em um canto e ficar deitado no meio delas. Me faz pensar se não estamos desperdiçando espaço ao comprar imóveis tão grandes.

Não creio que eu conseguiria viver no apartamento de Christian. Confesso que sou um pouco estabanada. Além disso, acho que eu ia acabar superlotando todos os compartimentos e ficar com preguiça de arrumar e fechar tudo. Hoje vivo em 27 m², mas tenho vontade de me mudar para um lugar maior. Será que um dia vou morar num mega espaço ocioso sem me dar conta? Algo a se pensar.

E você, já parou para pensar quanto espaço realmente precisa para viver?

Vi o vídeo no mini-apê da Laura.

Sobre o novo código florestal

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Está sendo aprovado à pressas no Congresso. Acredito que esse tema mereça uma discussão mais ampla com a sociedade.

Esse vídeo explica bem didaticamente o que é o atual código, e as mudanças que estão sendo propostas:

Sei que queremos um país próspero. Mas o agronegócio precisa passar por cima da preservação ambiental? O que aconteceu com aquele discurso que todos amam, de “desenvolvimento com sustentabilidade”?

Se você, como eu, acredita que essas alterações não devem ser feitas, assine a petição no Avaaz.

Vi no Página 22.

A era da estupidez

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Em uma sala de arquivo perdida em um mundo devastado um homem vê vídeos antigos. As imagens, de menos de 50 anos no passado, mostram que a população do planeta conhecia as causas que os levou à extinção. A população dispunha de meios para se salvar, mas caminhou com determinação para o extermínio em massa. “É como se eu estivesse olhando para as pessoas na praia, através de um binóculo. Elas estão muito concentradas e fortemente enraizadas na pequena porção de areia embaixo de seus pés. Enquanto uma grande tsunami se aproxima no mar”, diz o homem que observa os vídeos.

Esse é o enredo do filme “A Era da Estupidez” (Age of Stupid), lançado pelo diretor Franny Armstrong, que conta com o ator Pete Postlethwaite no papel principal. O longa mostra vários documentários, já ganhou seis prêmios e realmente vale a pena baixar e ver. Eis o trailler:

 

 

Fazendo as contas

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Vai caber mais uma Europa no mundo?

Fã de desing e decoração que sou (apesar de ser jornalista), tenho descoberto algumas coisas interessantes navegando por sites gringos sobre o tema.

O mais espantoso dos hábitos americanos é que eles acumulam muito mais coisas do que nós. Por exemplo: parece ser quase inconcebível uma casa sem closet. Já no Brasil, nos contentamos com armários (muitas vezes divididos entre marido e mulher) e closet é coisa de casa de luxo. Outro diferencial é a quantidade de máquinas. Vi um site que sugeria como medida ecológica secar as roupas ao natural. No nosso país, soa meio esquisito alguém comprar uma máquina só para executar essa tarefa e não existe casa que não tenha varal. Há vários outros exemplos, como o uso de água quente, trituradores embutidos nas pias, mega aspiradores.

É claro que não vivo nos EUA e não posso dizer como é a vida por lá. Mas posso imaginar que as coisas se deêm dessa forma por alguns fatores: 1. o mercado interno americano é (ou era) bem mais aquecido que o nosso. Lá é possível comprar os mais variados tipos de apetrechos high tech por um preço bem menor, quase como comprar um pastel na padaria. 2. O hábito de pagar alguém para arrumar a sua casa não é tão difundido lá como aqui. Enquanto nós pagamos salários de fome para que pessoas da periferia venham limpar a nossa bagunça, lá o serviço é dividio pela família, e aí qualquer ajuda da tecnologia é bem-vinda.

Essa tese da economia de energia e recursos dos países pobres ou emergentes inclusive se confirmou com um estudo que listou as cidades mais poluentes do mundo. Quem quiser pode acessar a pesquisa completa aqui, mas basta dizer que a cidade mais poluente é Rotterdam, na Holanda, que polui 20 vezes mais que São Paulo. Das top 10 poluidoras, seis são americanas. Lá na lanterninha estão países como Bangladesh e Nepal. No meio estão os países emergentes.

O grande perigo é que as coisas estão mudando no Brasil. A classe C agora é maioria. Quem não tinha dinheiro para comprar carros ou eletrodomésticos, agora pode parcelar em 12 vezes no cartão. As vendas de carros e a indústria batem recorde após recorde de crescimento. O mesmo acontece com a China e a Índia (pelo menos no que tange ao crescimento econômico).

E dessa vez o desenvolvimento não vai ser no ritmo lento do século XVIII. A população brasileira, indiana e chinesa somadas dão 2, 7 bilhões de habitantes, quase metade do contingente mundial. Já os EUA e a Europa – com seus 57 países – somam 1,2 bilhão de habitantes.

E aí, vai ter planeta pra mais dois mundos desenvolvidos?

As árvores de Hiroshima

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Uma descendente das árvores de Hiroshima

Hibaku é o nome dado pelos japoneses às árvores da cidade de Hiroshima que sobreviveram à bomba atômica lançada pelos EUA contra o Japão em 1945. Mais do que um milagre, é um símbolo de resistência e paz.

E foi pensando em espalhar um pouco do espírito das Hibaku pelo mundo que o Hiroshi Sunairi criou o Tree Project. O que ele faz é enviar sementes dessas árvores a pessoas de vários países. Em troca, as pessoas contam como está o desenvolvimento das suas Hibakus e enviam fotos.

Esses dias, a minha semente de Hibaku brotou. É uma planta conhecida como Chinese Parasol. Mas ainda tenho algumas sementes no congelador. Alguém quer?

Pra quem quiser saber mais sobre o projeto, há também o vídeo (em inglês):

Links com consciência #2

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Especial revistas:

Vida Simples: publicação super bem feita que incentiva uma vida com menos correria, menos coisas e mais reflexão. Entre as seções está uma que traz sempre a história e o pensamento de um filósofo diferente. Também tem guias práticos para uma vida mais organizada, períodos sabáticos, etc.

Bons Fluidos: é uma revista mais “zen”, no sentido pop do termo. Traz sempre reportagens sobre alimentação natural, oráculos e tratamentos naturais de beleza.

Página 22: é uma revista que só conheço pela internet, e ainda assim a considero única. É feita pela Fundação Getúlio Vargas e tem como mote “informação para o novo século”. Trata de temas modernos com um viés crítico. É uma publicação para quem já está em um segundo nível de conhecimento sobre sustentabilidade e direitos humanos.

TPM: entre todas as revistas femininas, essa é a que tem o melhor enfoque, na minha opinião. É feita para mulheres que querem ler sobre moda, beleza e comportamento sem cair no fútil.