PAZ

Perdoe o seu ladrão

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Clica que você chega no grupo!
Clica que você chega no grupo!

Um desses eu ouvi que enquanto você guarda ódio de uma pessoa, você continua tendo uma ligação com ela.
Você conseguiria deixar o ódio pelo seu ladrão ir embora?

A Bruna Caldeira está tentando perdoar o ladrão que roubou a casa dela. Não vai ser fácil, já que ele levou um notebook com trabalhos de oito anos de atuação como designer gráfica. O ódio e a ideia de perdoar mexeram tanto com ela que ela criou uma página no Facebook pra ajudar mais gente a deixaro sentimento ir embora. O que não significa, é claro, que o cara não tenha que ser punido.

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A PM tem que acabar

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A investigação da Promotoria de Justiça confirmou o que a maioria já desconfiava: o servente de pedreiro Amarildo de Souza, pai de seis filhos, arrimo de família, morador da favela da Rocinha e pescador nas horas vagas, foi torturado até a morte por policiais da Unidade de Polícia supostamente Pacificadora. Portador de epilepsia, ele não resistiu aos choques elétricos que se seguiram à tortura com o saco plástico. Seu corpo foi ocultado pelos policiais, que disseram que ele havia deixado a unidade a pé.

Eu gostaria de estar surpresa. Eu gostaria de estar chocada. Mas infelizmente esse cenário não é exatamente novo. Que a PM tortura e mata pobres na favela, todo mundo já sabia. Por quê então não fizemos nada???

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Pra não dizer que eu não falei das flores

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Linda a sequência de fotos captada pelos fotógrafos Majdi Mohammed, da Associated Press, e Mohamad Torokman, da Reuters.

crédito: Mohamad Torokman/Reuters

Dada a profusão de restos de granadas de gás lacrimogênio presente na palestina, os moradores de uma cidade chamada Bilin, na Cisjordânia, resolveram plantar flores dentro das embalagens das granadas, num estilo aprimorado daquele pessoal que entregava flores para os soldados nos anos 60. A galeria completa está na página do G1.

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A polícia de um governo que teme seu povo

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Só um governo que tem medo do seu povo é capaz de mandar o batalhão de choque para conter manifestantes pacíficos.

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Houve vandalismo? Sim. A violência nas manifestações aumentou? Sim.
Mas do Ceará ao Paraná, as grandes manifestações em dias de jogos da Copa das Confederações têm seguido o mesmo roteiro: Leia o resto deste post »

Diálogos em tempos de revolta popular

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Depois da manifestação linda e maravilhosa de ontem, dá pra ver que a rotina de SP mudou.

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No supermercado:
Açougueiro: -Esse presunto nem tá tão caro, é R$ 20 o kg.
Eu: – Bom, vai sair mais barato que o ônibus né?
Açougueiro: -É verdade, o ônibus tá de matar. (…) Vai ter manifestação hoje?
Eu: – às 17hs, na praça da Sé. Vamos?
Açougueiro: – Olha, vou ver se vou sim, que do jeito que tá, não dá mais.

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Todos às ruas!

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Precisa falar alguma coisa mais?

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Para entender o que aconteceu no 13 de junho:

E mais:
Do sonho ao vandalismo e à brutalidade (excelente reportagem da ISTOÉ)

24 momentos do 13 de junho que você não vê na TV

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Você precisar de mais argumentos, uma coletânea dos melhores textos:

O pior relato do 13 de junho (policiais deixaram manifestante semi-nua no meio da rua)

Sopro de primavera antes da festa da Fifa

Manifestações de apoio marcadas na Europa

Governo de Minas proíbe manifestações em todo o estado

Milhares já escolheram os sapatos que não vão apertar (sobre a cobertura da mídia)

O lado do policial

Página do evento de hoje em SP (Facebook)

A hora é agora! Se você mora em São Paulo, encontre-nos hoje (17 de junho) no Largo da Batata às 17h. Se você mora em outra cidade, informe-se sobre os protestos que ocorrerão ou organize-os. Se você tiver medo de participar (é normal), coloque um pano branco na janela em solidariedade às vítimas da PM.

Pelo direito a um transporte público de qualidade!

Pelo direito à manifestação sem repressão!

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Um bilhão se ergue em São Paulo

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Uma em cada três mulheres será espancada ou estuprada durante a sua vida. Considerando que o mundo tem mais de 3 bilhões de pessoas do sexo feminino, isso dá pelo menos 1 bilhão de mulheres feridas.

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Um bilhão de mulheres violadas é uma atrocidade.

Mas um bilhão de mulheres dançando é uma revolução.

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Nesse sábado, 16 de fevereiro, mulheres e homens de São Paulo se erguerão pelo fim da violência contra a mulher.

E você?

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Página do evento no Facebook
Site oficial
Evento em Recife
Evento em Curitiba

Dois anos de retiro e um aprendizado

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Estou viciada no Papo de Homem. E um portal feito inicialmente para atender ao público masculino, mas que acaba trazendo assuntos que são do interesse de todos, como mente e meditação.

Num dos últimos posts eles soltaram um vídeo com o Henrique Leme, um cara que ficou dois anos em retiro de meditação com mais duas pessoas. Ao contrário de outros expoentes do budismo, ele não usa túnicas cor de açafrão, mas roupas como a nossas. Essa postura de abertura e humildade se reflete ao longo de todo o vídeo. Vale muito a pena ver até o fim.

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Gostou do post? Leia mais:
O que realmente é a meditação
Faça nada por dois minutos
Maquininha de transformação

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O que realmente é a meditação?

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Muita gente associa a meditação ao tédio, ao gesto ficar horas sentado simplesmente não pensando ou sentindo nada. Outra parte das pessoas associa essa prática a um estágio de iluminação, que só pode ser atingido por pessoas que passam a vida em mosteiros tibetanos ou que seguem à risca a religião busdista.

Mas não é tão complicado assim. Com vocês, o monge Mingyur Rinpoche, que foi quem melhor conseguiu explicar o que realmente é a meditação (além de ter um sotaque fofo e umas expressões divertidíssimas).

O vídeo abaixo é em inglês (com sotaque tibetano), então eu tomei a liberdade de traduzir os melhores trechos:

What meditation really is – Mingyur Rinpoche from WhatMeditationReallyIs on Vimeo.

Nós costumamos dizer que a nossa mente é como um macaco. Algo que eu chamo de mente-macaco-maluco (crazy monkey mind é a expressão que ele usa, bem melhor). E normalmente essa mente-macaco é quem manda na nossa vida. Tudo o que você faz e tudo o que você aprende começa na mente. A mente lidera tudo.

E em nossas vidas, nós sabemos como conduzir as coisas, como gerenciar tudo, mas não sabemos como conduzir nossas mentes, como treinar nossas mentes. Não sabemos como aprender sobre as nossas mentes, como nos familiarizar com as nossas mentes. Então a meditação é aprendeer a lidar com a mente, conhecer a sua natureza. E também a guiar a mente e treiná-la.

Eu dou um exemplo. (Aí ele começa com os gestos e caras, vou tentar reproduzir) Temos a mente-macaco, que fica falando na nossa cabeça. E normalmente o que você faz? Duas coisas. A primeira é dizer “sim-senhor”, e a mente-macaco continua com o seu falatório e acaba por te deixar louco. A segunda coisa que fazemos é odiar esse falatório, e dizer: “cala a boca, me deixe em paz!”. E quando você luta com a mente-macaco ela começa a falar mais alto e a ficar mais forte.

 Em nossas vidas, nós sabemos como gerenciar
tudo, mas não sabemos como conduzir nossas
mentes, como treinar nossas mentes”

Algumas pessoas pensam que a meditação é se sentar, não pensar em nada e bloquear todos os pensamentos e emoções. Outras pessoas pensam que a meditação é se elevar, pensar em paz. Não é assim.

Então o que é a meditação? Não é dizer “vai embora” para a sua mente, ou seja, não é lutar, e também não é dizer “sim senhor”. Faça amizade com ela. Como fazer amizade? Para se fazer amigos você precisa ter algo em comum. Algo que você goste e o seu amigo goste também. E o que a mente-macaco adora? Trabalho. Resolver problemas, o tempo todo. A mente-macaco é muito ativa, e sem trabalho ela semplesmente vai inventar algo para fazer. Então o que você deve fazer? Dar um trabalho para a mente-macaco. E isso é meditação. Você está guiando e treinando a sua mente. Assim a sua mente se torna calma, pacífica e maleável.

Se você dá um trabalho para a mente-macaco é uma situação em que todos saem ganhando. A mente-macaco fica feliz, porque conseguiu um trabalho, e você fica feliz, porque se torna o chefe. A mente-macaco passa a ser sua funcionária e você o empregador. E assim você ser torna livre, você se liberta.”

Quem quiser saber mais sobre meditação, sugiro esses links:

Em inglês:
Portal dos seguidores do Mingyur Rinpoche, com vários vídeos
O que a meditação realmente é

Em português:
Lama Padma Samten ensina como começar a meditar

Boa prática!

Valor de mercado

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Soldado anônimo numa imagem anônima*

Se 1 israelense = 25 egípcios = 1.027 palestinos

Então 1 egípcio equivale a 41,08 palestinos?

Uma reflexão que vale a pena ser feita, principalmente após ler o texto “Impessoas“, de Noam Chomsky.

Para saber mais sobre a vida entre Israel e Palestina, também vale a pena conferir o documentário “Sobre Futebol e Barreiras“.

*A bandeira diz: “Não há bandeira grande o bastante para cobrir a vergonha de se matar pessoas inocentes”.

Faça nada por 2 minutos

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O propósito do site “Do Nothing For 2 Minutes” é justamente esse: fazer você não fazer nada por 120 segundos inteiros. Para te forçar a essa artimanha, existe um contador regressivo que volta à estaca zero toda vez que você move o mouse ou aperta alguma tecla.Enquanto você está no site, ouve o som de ondas do mar e vê uma bela paisagem.

 

Você consegue?

Parece bem fácil, afinal, o que são dois minutos? Mas para quem não gosta de esperar nem cinco segundos para a página abrir, pode ser um baita desafio. Enquanto eu ouvia as ondas indo e vindo, meu cérebro não parava de viajar: pensava na roupa que estava de molho, nos e-mails a ler ou mesmo me perguntava como teria sido gravado o som que é tocado no site, de qual praia teria vindo.

Se você é como eu, e só consegue diminuir a velocidade do pensamento “à força”, essa pode ser uma boa.

Maquininha de transformação

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On Flickr by eschipul (cc)

Hoje eu subi um degrauzinho na escadaria da minha evolução pessoal.

Foi assim: precisava sair 19h30 do trabalho, para resolver uma pendência que está pendente há dias. Pedi e avisei com antecedência, mas faltando 10 minutos, me cai uma pilha de tarefas no colo. Conclusão: a pendência voltou para a pilha das “tarefas urgentes e não-cumpridas”.

Fiquei com raiva. Torci o nariz, amarrei o burro e fiquei resmungando comigo mesma por uns bons cinco minutos. Depois refleti: a situação é injusta? É. Afinal, esse é o horário normal em que eu deveria sair do trabalho (o que eu pedia era pra não fazer hora extra hoje). Além disso, se essa pendência não for resolvida logo, vai passar para o status de problema sério. Mas o que eu ia fazer? Subir em cima da mesa e sapatear?

Há alguns anos atrás, eu iria de burro amarrado para casa. Provavelmente seria grossa com várias pessoas no meio do caminho sem nem dar a elas a chance de entender o motivo do meu mau-humor. Talvez até fizesse birra e descontasse a questão na qualidade do trabalho. Lidar com a raiva, com o rancor e com a frustração é uma questão delicada para mim desde a infância. Quando criança, vez ou outra eu tinha surtos de ódio e descontava quebrando objetos (as pessoas nunca, ainda bem). Um tampo de vidro trincado, um sulco de caneta na parede e uma lixeira quebrada são resultado do meu furor.

Com o tempo, e com o apoio de pessoas muito especiais que tiveram paciência comigo, tenho feito progressos nesse quesito. Por isso, hoje fiz uma forcinha, acionei minha maquininha de transformação interior e me lembrei de um provérbio budista: “se não dá para mudar uma situação, você pode pelo menos mudar sua atitude em relação a ela”. Então, já que o compromisso estava perdido, aproveitei para relaxar e fazer o restante das minhas tarefas com tranquilidade e atenção. Em paz.

Terminado o serviço, surge mais um pepino. Pois não fiz corpo mole, fui atrás da solução. Saí do trabalho já ia uma hora depois do combinado. Em tempos passados eu chegaria em casa trazendo um pacotinho com o meu mau-humor, um rancor amargo e até talvez a incompreensão dos outros. Mas hoje eu voltei com um mix de paz interior com reconhecimento pelo trabalho cumprido e um tapinha nas costas de brinde. Ponto para mim.

O atropelamento da Massa Crítica

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ATENÇÃO: o vídeo abaixo contém cenas fortes.

Alguns de vocês já devem ter visto o que aconteceu na sexta passada em Porto Alegre. Ciclistas que participavam de um evento foram brutalmente atropelados por um carro, propositalmente. Acima está o melhor vídeo que vi sobre esse assunto, mas já aviso que as cenas são fortes.

Tratava-se de uma manifestação da Massa Crítica, que acontece em várias cidades do mundo uma vez por mês e tem como objetivo gerar reflexão sobre o excesso de automóveis nas grandes cidades. É um movimento pacífico, em sua essência.

Como muitos outros movimentos que não são centralizados ou têm um líder, a Massa Crítica é polêmica. Nunca fui em uma bicicletada, apesar de muito ter desejado ir, mas já ouvi relatos de participantes que hostilizavam motoristas. Algumas pessoas realmente interpretam errado a proposta e vêem os passeios como lugares para o confronto entre ciclistas e motoristas, aproveitando que a fragilidade da bicicleta é superada pela quantidade de ciclistas pedalando juntos.

Mas em nenhum momento, mesmo que tenha havido qualquer tipo de discussão ou ameaça (o que não está claro se teve), nada – mas nada mesmo – justifica um ato desses. Nem um pontapé na porta do carro justifica um ato desses. Nem um copo de mijo no estádio de futebol justifica um ato desses. É literalmente injustificável.

O que me faz ter pena do motorista. Porque ele não vai encontrar nenhuma explicação sobre o evento que possa dar para si mesmo ou para os outros que não vá transformá-lo num monstro. A única saída para salvar o resto de humanidade que resta nele é admitir que teve um acesso de fúria, que – nem que seja por uma fração de segundo – quis sim matar e que usou o carro como um trator para abrir seu caminho sobre aqueles que não julgava dignos de lhe atravancar a passagem. A única saída é, portanto, se admitir um ser irracional, sujeito a comportamentos de puro egoísmo e selvageria. Para salvar o pouco de humanidade que lhe resta, é preciso então se admitir como um ser não-humano.

Mas pelo visto a defesa não vai por aí. Pelo visto a estratégia é alegar outros tipos de sentimento, uma vez que a racionalidade está definitivamente fora de questão. O que eu vi o advogado de defesa afirmar é que o motorista entrou em pânico e pensou que poderia ser linchado. Teria, portanto, medo, que é um sentimento mais aceitável hoje em dia do que a fúria. Afinal, é um dos elementos que mais circula nas grandes cidades, onde pipocam  notícias de crimes violentos e todo desconhecido é tratado como uma ameaça em potencial.

Nesse argumento do medo também entra o da defesa da prole. Afinal, não só a sua vida, mas também a vida de seu filho estaria em jogo. Esse é um argumento que também tem boa aceitação na sociedade, onde a família é vista como uma extensão do eu, e se defender é sinônimo de defender a sua casa. Me faz ter mais pena ainda do sujeito porque, no pior momento de sua vida, naquele no qual ele jogou sua sorte fora em uma fração de segundo, seu filho estava ali ao lado, assistindo tudo de camarote.

Em Porto Alegre está sendo planejada uma grande manifestação nesta terça, pelo fim da violência no trânsito. Espero que esse evento infeliz sirva para despertar as pessoas para o que elas têm se tornado ao se encarcerar nessas grandes armaduras de metal, de concreto, ou mesmo dentro de si mesmas. Espero também que os ciclistas tenham a nobreza de coração de não transformar esse incidente em um marco da batalha entre carros e bicicletas.

As árvores de Hiroshima

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Uma descendente das árvores de Hiroshima

Hibaku é o nome dado pelos japoneses às árvores da cidade de Hiroshima que sobreviveram à bomba atômica lançada pelos EUA contra o Japão em 1945. Mais do que um milagre, é um símbolo de resistência e paz.

E foi pensando em espalhar um pouco do espírito das Hibaku pelo mundo que o Hiroshi Sunairi criou o Tree Project. O que ele faz é enviar sementes dessas árvores a pessoas de vários países. Em troca, as pessoas contam como está o desenvolvimento das suas Hibakus e enviam fotos.

Esses dias, a minha semente de Hibaku brotou. É uma planta conhecida como Chinese Parasol. Mas ainda tenho algumas sementes no congelador. Alguém quer?

Pra quem quiser saber mais sobre o projeto, há também o vídeo (em inglês):

Sobre o Rio

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Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós

Em toda essa guerra no Rio, vi algumas notícias que me emocionaram. Uma delas fala de uma moradora da Vila Penha que entregou um bilhete para a repórter da Globo. Entre agradecimentos aos policiais que expulsaram os traficantes da favela, ela lembra que é dia de Nossa Senhora das Graças e diz: “Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós”.

O sercretrário de Segurança do Estado, José Beltrame, foi entrevistado no Jornal Nacional no qual pediram exemplos positivos de denúncias feitas pela população. O que ele disse foi mais ou menos assim: “Não posso dar detalhes de nenunhma denúncia, sob risco de colocar em perigo os denunciantes. Mas gostaria, depois que isso tudo passar, de abraçar essas pessoas, de parabenizar por essa atitude tão corajosa que possibilitou nossos avanços”.

Já vi pessoas fazendo a associação entre moradores de favela e ladrões, como todos que fossem pobres optassem automaticamente pela criminalidade e o tráfico fosse uma tentação irresistível para quem divide um cômodo por dez pessoas. Mas não é assim. A maior parte dos moradores dos morros é de trabalhadores honestos, que muitas vezes saem de madrugada e deixam os filhos com a vizinha para ir trabalhar 10 horas por dia no asfalto.

Achei bonito esse apoio da população no combate ao tráfico. Me fez pensar que a favela pode ser um mini estado, sob o domínio de um governo tirano, o dos traficantes.  Eles trazem benefícios que o governo da cidade não oferece, mas não há liberdade, exatamente como aconteceu com o golpe militar e o milagre brasileiro. Nem todos são inocentes, mas há vezes em que mesmo quando o Estado guerreia, a nação pede paz.