Consumo

Para quê Oscar?

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“- Por que eu deveria ir ao Oscar? O que é o Oscar, o que querem que aconteça lá? Eu já fui, já vi, não fiquei muito satisfeito, e aí está”.

É assim que o ator argentino Ricardo Darín começa a sua entrevista numa espécie de talk show do seu país, respondendo às críticas por não ter . Eu já o admirava por suas interpretações em Um Conto Chinês, A Dançarina e o Ladrão e Elefante Branco, mas o posicionamento do artista sobre vários assuntos me faz admirá-lo ainda mais. Alguns atores simplesmente são muito mais que talento e rostinho bonito. Têm um conteúdo enorme.

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Onde está o seu lixo?

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Sabe onde vai parar aquela tampinha, aquele lixo inocente que as pessoas jogam na rua?

Ela é carregada por milhares de quilômetros, através de esgotos, rios, mares, oceanos, boiando nas correntes marítimas. E aí, no meio do caminho entre o continente americano e a Ásia, ela para nas praias de uma ilha. A ilha Midway.

E eis o que acontece quando os pássaros da ilha de Midway se encontram com a montanha de lixo que produzimos todos os dias:

O fotógrafo Chris Jordan pretende lançar este ano um documentário sobre a ilha. O vídeo acima é o trailler.

Acho que a gente precisa refletir não só sobre o lixo que a gente joga ou não na rua. Mas sobre o fato de que todo o lixo que produzimos vai para algum lugar. Principalmente o plástico. Dá para imaginar que todo o plástico já produzido e usado no mundo está intacto em algum lugar? (afinal, o material leva mais de um centena de anos para se decompor, mais tempo do que o que passou desde a sua invenção). Aquela tampinha da primeira coca-cola que você tomou, onde está? E aquele celular tijolão que você já teve? Tem componentes de plástico, onde estarão? E aquela boneca ou carrinho, que era o seu favorito? Está num lixão? Flutuando num oceano? Numa ilha?

Via Blog do Tas

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Projetado para estragar – ou porque as coisas não duram mais

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Você já se perguntou porque os objetos e móveis hoje em dia duram tão pouco? Já se foi o tempo em que minha mãe dizia: essa geladeira tem mais de 20 anos, nós compramos quando nos casamos. Ou: esse conjunto de cadeiras foi da minha avó. Os objetos hoje em dia não parecem durar o mesmo tanto.

Será que isso tem um motivo?

Acertou quem disse sim. Com vocês, a Obsolescência Programada:

Para quem ficou com preguiça de ver o vídeo (vale muito a pena), eu explico. A Obsolescência Programada nada mais é do que uma tática comercial muito engenhosa. No começo do século XX, os fabricantes perceberam que quanto menos durava um produto, mais produtos as pessoas teriam que comprar para repor o que estragou. E mais produtos vendidos significa mais lucro. Falando em números fictícios, eles perceberam que era mais vantajoso comercialmente vender em um ano duas lâmpadas que durassem seis meses do que uma que durasse 12 meses. Entenderam a jogada?

Não sou eu que estou inventando isso. Vocês podem conferir com especialistas de uns cinco países diferentes no vídeo e em outras fontes. O fato é que as coisas não passaram a durar menos por acaso. Elas foram projetadas para durar menos. Os efeitos nocivos são óbvios. Mais coisas compradas, mais coisas descartadas = mais lixo e menos recursos naturais. Estamos nessa ladainha há décadas. Sem falar no fator alienante de se sentir um robozinho comandado pela indústria.

A saída para essa cilada? Tomar consciência do problema já é um primeiro passo. Um segundo é começar a pensar em consertar as coisas ao invés de comprar novas, como faz o cara de Barcelona com a impressora. Quer saber mais? Deixa de preguiça e assista ao vídeo.

A praia de plástico

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Certo dia, lá pelos anos 50, meu avô chegou em casa com uma novidade. Ele havia comprado de um colega de trabalho uma tal de “matéria plástica”, uma espécie de pano impermeável que você colocava nas costas para não molhar na chuva. Meu pai, ainda criança, ficou maravilhado, assim como os vizinhos. Aquilo resolvia um problema frequente: o de ter que trabalhar na lavoura debaixo da chuva e voltar para casa encharcado.

A descoberta era apenas um pedaço de plástico, que hoje passaria batido como um saco de lixo comum. Mas na época, para quem morava numa roça simples no interior de Minas Gerais, aquilo era ouro. Sessenta anos depois, é impossível passar uma hora sequer sem ver um pedaço de plástico na sua frente. É só você olhar ao redor. O computador no qual você lê este texto? Boa parte de plástico. A caneta? De plástico. A cadeira que você está sentado? Componentes de plástico. Seus sapatos, cartões de crédito, celular, relógios, boa parte dos objetos do nosso dia-a-dia são feitos inteiramente ou em parte desse material.

Com tanta abundância, o plástico não tem lá mais muito valor. Tanto que o maior destino dele é aterro, geralmente dentro de um saco de lixo, feito de – adivinha? Isso se for um objeto de sorte. Muitos produtos acabam indo parar na rua mesmo. Daí para o esgoto ou para um rio. De ambas as formas, o destino final é quase certo: o mar. O acúmulo desse material no oceano Pacífico é tão grande, que as correntes marítimas acabaram concentrando o lixo em um ponto e formando uma verdadeira “Ilha de Plástico“.*

Aí é que está outro problema: sabe aquele pedaço de “matéria plástica” que meu avô levou para casa nos anos 50? Ela ainda existe, em algum lugar. Seja num lixão, no meio do mato ou no mar, ela está lá, intacta. Isso porque não são 100 anos que vão fazer um material desse se decompor naturalmente e desaparecer. Portanto, se contarmos a invenção do plástico a partir do Nylon, lá pelos anos 30, é razoável se pensar que todo o plástico já produzido no mundo ainda está na natureza.

Esse assunto me veio a tona hoje depois de assistir esse videozinho abaixo, no fantástico blog Colossal. Está em inglês, mas as imagens são bem ilustrativas. Richard Lang e Judith Selby Lang passam os dias recolhendo pequenos objetos de plástico que encontram na praia perto de onde moram, no norte da Califórnia (EUA). Juntaram tanto material que começaram a fazer obras de arte com aquela matéria-prima de todas as cores.

One Plastic Beach from High Beam Media on Vimeo.

Essa história serve para repensarmos uma coisa: o plástico que jogamos fora todos os dias – é lixo? Ou será que são recursos valiosos da natureza que foram transformados pelo homem e que agora não têm mais valor para nós simplesmente porque o vemos como descartáveis? Como diz Richard: “O contrário da beleza não é o feio. O contrário da beleza é a indiferença”.

*Se você sabe inglês e quer saber mais sobre esse assunto, vale a pena ver a palestra do biólogo Charles Moore, o descobridor da ilha de lixo no Pacífico.

Você ficaria um ano sem comprar?

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A Marina, psicóloga de 27 anos, uma pessoa como eu e você, resolveu tentar esse desafio. Ela montou o blog Um Ano Sem Compras pra registrar a epopeia. É claro que tem regras e excessões. Ela ainda pode comprar comida, artigos de higiene e remédios, mas mesmo assim o desafio é grande. Suspiro só de pensar em ficar um ano sem comprar roupas, como fez a Jojo do Um Ano Sem Zara.

O objetivo disso tudo é refletir sobre o consumo e sobre o que julgamos ser necessário ou supérfluo. Por exemplo: eu amo comprar plantas mas… preciso mesmo de mais uma em casa? Em tempos de consumo desenfreado e propagandas onipresentes, pode ser uma boa pedida.

Fica a dica.

Clique na imagem para ir ao blog

Ps: Quer saber mais sobre consumo consciente? Dá uma olhada no site do Instituto Akatu.

Ps2: Créditos para o blog da Lu Monte, no qual eu vi essa dica.

A saga da Ricardo Eletro

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by elvis_payne, cc on Flickr
Lavando roupa no tempo da avó

Pois bem, depois de muito xingar no twitter reclamar sobre o meu episódio com a Ricardo Eletro eu acabei cancelando a compra e pedindo a mesma máquina de lavar nas Casas Bahia. Até consegui meu dinheiro de volta, mas a história não acaba aí. No meio do processo mandei um e-mail para o Ministério Público de São Paulo (consumidor[arroba]mp.sp.gov.br).

Depois de um tempo, recebi o seguinte e-mail:

“Prezado(a) Senhor(a),

                 Informo a Vossa Senhoria que vosso email com informações sobre práticas da RICARDO ELETRO, foi recebido neste órgão ministerial e registrado como Representação de número em epígrafe. Por ser identificada conexão de objetos, foi juntada ao espelho da Ação Civil Pública nº 583.00.2011.132112-7, feito anterior e ainda em trâmite junto à 35ª Vara Cível Central de São Paulo/SP, que trata do mesmo assunto. O processo é público e poderá ser consultado por qualquer interessado junto ao 35º Ofício Judicial desta Comarca (Fórum João Mendes). Não obstante, foram encaminhadas cópias da referida representação à Central de Inquéritos Policiais e Processos para eventuais providências no âmbito daquela Promotoria de Justiça.”

Ou seja: minha reclamação (e a de muitos outros consumidores juntos) deu resultado. O Ministério Público de São Paulo entrou com uma Ação Civil Pública contra a Ricardo Eletro! A ação é pública e pode ser consultada aqui. Não consegui olhar ainda o que é pedido no processo, mas já posso dizer que o valor da causa é de R$200 mil.

Ressalto aqui (e a própria promotora ressalta no e-mail) que o Ministério Público não vai resolver o meu caso em particular. O MP é um órgão para defender os direitos da sociedade, os direitos coletivos. Como muitas pessoas enviaram suas reclamações para lá, os promotores concluíram que a Ricardo Eletro não só está lesando consumidores individualmente, mas causando um prejuízo para toda a sociedade.  O bacana é isso: a conquista não é só minha.

Quando conseguir entender em que pé está essa ação, conto aqui.

Em tempo: descobri que a coisa tá tão feia que foi criado um blog, o Ricardo Eletro Nunca Mais.
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A Ricardo Eletro e o consumidor palhaço

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Quem me segue no Twitter ou Facebook já deve estar por dentro da minha peleja com a máquina de lavar da Ricardo Eletro. O problema chegou a tal ponto que me sinto obrigada a comentar o caso aqui.

Flickr by rachelandrew
Eu só quero lavar minhas roupas, moço…

Eis a história:

Comprei uma máquina de lavar na Ricardo Eletro no dia 28 de abril. No ato da compra, fui informada que o produto chegaria em até 13 dias úteis após a confirmação do pagamento. Prazo longo, mas fazer o que? O pagamento foi confirmado no próprio dia 28. No dia 17 de maio, venceu o prazo e nada de entrega (a Ricardo Eletro inclusive me mandou um e-mail falando que o produto já estava na transportadora). Reclamei pelo site, e nada. Então reclamei de novo e prometi “procurar vias mais competentes” para reclamar, caso não me dessem sequer uma resposta automática. Duas horas depois, o que chega? Exatamente uma resposta automática, dizendo que entrarão em contato comigo “em até 72 horas ÚTEIS”.

É piada, né?

Fiz então uma reclamação no site Reclame Aqui. No dia seguinte, havia uma resposta da empresa que começava com “Prezado(a) ROMULO” e terminava dizendo que o produto estava com data de entrega prevista para o dia 30, e era para eu aguardar. Já que o meu nome não é Rômulo, fiquei realmente sem entender. Deixei a reclamação em aberto e disse à empresa que o problema não estava resolvido. Na semana seguinte me liga uma funcionária da Ricardo Eletro e diz a mesma coisa.

Ou seja: demoraram seis dias para me dizer que o produto iria atrasar mais seis dias. Nesse meio tempo pedi informações via e-mail para o Procon (o que eles não responderam) e disse mais uma vez no Reclame Aqui que o meu problema não estava resolvido. Eis que chega o fatídico dia 30. E a máquina chegou? Nãããão!

O pior é que o caso não é só comigo. Uma amiga minha também comprou uma máquina de lavar na Ricardo Eletro. A dela chegou, mas adivinha? Não lavou nem uma leva de roupas. Já pifou. Outro cara do Reclame Aqui comprou um produto no início de abril. Não só deixaram de entregar como, quando ele foi reclamar, tiveram a ousadia de dizer que estavam sem o produto no estoque.

Inclusive, os números da Ricardo Eletro no Reclame Aqui são bem desanimadores:

Ricardo Eletro
Clique na imagem para ampliar

O que eu deveria ter feito antes de comprar era uma pesquisa no Reclame Aqui. Os dados da tabela acima são de 30/05/2011, mas a comparação pode ser acessada aqui.

Amanhã de manhã vou cancelar a compra e pedir meu dinheiro de volta. Por sorte, parcelamos em vários meses no cartão, então podemos suspender o pagamento e, na pior das hipóteses, ficamos com uma parcela de prejuízo. O que me recomendaram fazer, independente de cancelar a compra ou não, é enviar a reclamação para o Ministério Público de São Paulo, através do e-mail: consumidor[arroba]mp.sp.gov.br. Minha mensagem já foi inclusive encaminhada para a Promotoria de Justiça do Consumidor. A tese é a de que se muitos enviarem reclamações, o Ministério Público será obrigado a pedir explicações para a Ricardo Eletro, caso que já aconteceu no Rio.

Além de ficar sem a máquina tenho a sensação de estar sendo feita de boba. A Ricardo Eletro não tem sequer a decência de me comunicar, antes do prazo final, que o produto irá atrasar. E mandar um e-mail falando que vai responder em até 72 horas úteis (cerca de 7 dias úteis) é cúmulo da palhaçada. E o pior: tenho certeza que isso é extremamente calculado, do tipo: “vamos ter que pagar x em processos, mas em compensação vamos economizar 2x em atendimento ao consumidor e no final tudo vai se compensar”. Será que o Ministério Público consegue consertar isso?

Agora, me dêem licença que eu tenho três calças jeans para lavar. Na mão.

Atualização 1:

Descobri que o banco só devolve o dinheiro depois que a Ricardo Eletro confirmar o cancelamento da compra. Que medo.

Atualização 2:

Liguei pra Ricardo Eletro agora de manhã (terça) e (depois de 20 minutos na musiquinha) consegui cancelar o meu pedido. O que a atendente me disse é que o produto vai ser entregue de volta pela transportadora e que a partir da segunda fatura, o dinheiro será devolvido. De acordo com a atendente, mesmo que a máquina não seja entregue de volta pela transportadora, terei meu dinheiro de volta. Ela só pediu que eu não receba o produto.

Apesar disso, é provável que entremos um com recurso no juizado especial para obter o dinheiro de volta em 24hs.

Atualização 3:

O Ministério Público acionou a Ricardo Eletro na Justiça!

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Quando o SAC, a ouvidoria e o Procon não atendem

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Ontem tive problemas com o serviço de uma empresa. O SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) não resolvia, a ouvidoria nãoconversava e o Procon não atendia. Fui ficando num stress sem fim. Aí descobri o site Reclame Aqui, no qual consumidores podem postar reclamações sobre empresas de maneira bem simples. As empresas podem (e devem) entrar em contato. A cada problema resolvido eles ganham pontos positivos e sobem num ranking. Por outro lado, a cada reclamação não finalizada, a empresa ganha pontos negativos e pode ir parar na lista de entidades com maior número de clientes insatisfeitos. Continuei estressada, mas pude desovar vários problemas que tenho com outros serviços.

Hoje de manhã a funcionária de uma das empresas ligou e aparentemente resolveu o meu problema, provando que o sistema funciona. É importante que os consumidores tomem consciência de sua força como grupo. Vou ver se pelo menos agora não fico engolindo sapo.

Limpeza ecológica: agora no supermercado

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Amaciante, sabão para roupas e limpador multiuso. Manjericão e azeite não acompanham

Já faz um tempo que publiquei um passo-a-passo para uma receita de amaciante caseiro. Outra forma de não poluir o meio ambiente enquanto se lava as roupas é comprar produtos ecologicamente corretos. No Brasil, ainda é um pouco difícil encontrar esses materiais. Aqui em São Paulo achei a linha Ecobril, no supermercado Pão de Açúcar.

O fabricante diz seguir o preceito dos 4R: Reciclar, Reutilizar, Reduzir e Respeitar o meio ambiente. Eles fazem isso das seguintes maneiras: 1. vendendo o produto em embalagens recicláveis; 2. disponibilizando refis para a venda, de forma que a garrafa possa ser usada de novo; 3. fabricando produtos concentrados, que exigem embalagens menores e 4. usando tensoativos biodegradáveis.

Apesar disso, os produtos não exibem nenhum certificado. Outra falha é que não há uma explicação – nem na embalagem nem no site – sobre o que é exatamente um tensoativo biodegradável. Mandei um e-mail para o fabricante com essas questões e recentemente recebi a resposta:

“Larissa,

A linha não possui nenhum tipo de certificado pois a empresa optou por estabelecer os seus próprios critérios, e a partir disto foi criado o selo 4R com todo este conceito. Esta é uma prática comum entre diversas empresas.

Biodegradação é a destruição de compostos químicos pela ação biológica de organismos vivos.

As bactérias são os principais microorganismos capazes de promover a destruição dos detergentes. No processo de biodegradação o oxigênio é indispensável para a oxidação das moléculas. As bactérias aeróbicas são as que mais participam do processo de biodegradabilidade dos detergentes.

Reações de Biodegradação:
É a conversão da molécula do tensoativo em dióxido de carbono + água + sais inorgânicos  e produtos diretamente aproveitáveis pelo microorganismo.

Portanto, para que não ocorra danos ao meio ambiente é necessário que os produtos contenham tensoativos biodegradáveis e que o leito de despejo contenha oxigênio o que permitirá a presença de bactérias aeróbicas responsáveis pelo processo de biodegradação, não deixando nenhum resíduo poluente no solo.”

Se entendi direito, os produtos da linha Ecobril podem ser digeridos por bactérias, liberando CO2, água, sais inorgânicos e comida para os bichinhos-devoradores-de-detergente. Pressupondo que os os tais sais inorgânicos não agridam o meio ambiente, me parece uma boa equação (alguém discorda ou tem argumentos contra? Manifeste-se).

Em tempo: ainda sou a favor do uso dos certificados, e a justificativa não me convenceu inteiramente. Assunto para outro post.

Pele de bebê: Esfoliante natural

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Doce mel

Quer ficar com a pele lisinha sem se arriscar com os produtos tóxicos dos cosméticos e de quebra preservar a natureza? Aqui vai uma receita natural e fácil de fazer.

Ingreditentes:

– Açúcar granulado (se for orgânico, melhor)

– Mel

Em uma vasilha, coloque três colheres de chá de mel. Vá acrescentando o açúcar aos poucos, até ficar com uma consistência pastosa, mas granulada.

Com os dedos, espalhe a mistura pela pele do rosto em movimentos circulares. Certifique-se que todos os cantinhos foram cobertos. Ainda com movimentos circulares e suaves, esfregue todo o rosto.

Enxague com água morna e voilà! Pele lisinha.

A mesma mistura também pode ser aplicada nas pernas. Faz milagres contra pelos encravados.

História dos Cosméticos

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Lembram do vídeo sobre a história das coisas?

Então, Anie Leonard lançou mais um. A História dos Cosméticos:

De machões e menininhas

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A norte-americana Jean Kilbourne resolveu fazer uma pesquisa sobre a imagem da mulher na publicidade depois de ver um anúncio que dizia: pílulas que funcionam como a mente da mulher, por dias da semana. Aí vinha a imagem de uma mulher com pensamentos: segunda: lavar roupas, terça: passar, quarta: faxina na casa, e assim por diante.

Claro que isso foi nos anos 70, e esse modelo não está mais tão em voga. Mas não custa refletir um pouco sobre qual é novo modelo de mulher que estamos adotando, e se esse é realmente o melhor caminho a seguir. Eis o vídeo no qual ela apresenta o resultado de uma terceira ou segunda pesquisa, nos anos 1990. (O vídeo é em inglês, ainda não achei a versão legendada).

Quando era pequena, morria de inveja dos presentes que meu irmão ganhava. Sério. Enquanto eu ganhava um sapato cor-de-rosa ou uma Barbie igual a todas que já tinha, o mais novo ganhava um robô-que-transforma-em-carro-que-sobe-a-parede-virando-cambalhota, ou um kit-de-cientista-ultra-moderno. Eu ficava fula da vida! Ficava brava por me privarem dessas coisas interessantes, desafiadoras, instigantes.

E ainda fico até hoje.

É muito complexa essa divisão que vai além do que realmente há de diferente. Homens reclamam que mulheres só pensam em comprar roupas, mas olhe ao redor! Tudo o que diz respeito às mulheres no mundo grita que ela tem que ser bonita, bem-vestida, bem-sucedida. A televisão, os out doors, folhetos, cartazes de lojas, revistas, jornais. Simplemente em toda situação na qual uma figura feminina aparece, ela está nessa forma magra-sexy-poderosa.

Como não surtar? Dizem pra você 24 horas por dia: você tem que ter esse cabelo, essa cintura, essa roupa, esse sapato, essa bolsa, essa marca, esse tipo de peito, esse tipo de bunda, esse cheiro, não pode fazer barulhos desconfortáveis, deve ser inteligente, casada, boa mãe, não dizer palavras chulas, ser eficiente no trabalho, competitiva mas doce, poderosa mais meiga, tem que transar quatro vezes na semana, entender de futebol e passar Greyssin 2000 quando o cabelo ficar branco. Ah, e sem rugas ou marcas de expressão.

Aliás, a marca da mulher moderna hoje é aquela que é mil-e-uma utilidades: mãe, profissional bem sucedida e boa esposa, além de estar sempre linda e com a depilação, o cabeleleiro e as unhas em dia. Reparem nos comerciais, principalmente os voltados pras mulheres. É sempre algo do tipo: “para você que não para e faz mil e uma coisas ao mesmo tempo, nós temos o desodorante tal, que te deixa com cheirinho agradável o dia inteiro”. O que pode ser traduzido como algo do tipo: você tem que dar conta dos seus filhos, do seu chefe, dos estagiários, da casa, da cozinha e do marido, mas suar não!

E onde estão os homens nesse turbilhão? Provavelmente estão fazendo hora-extra no serviço, pra ganhar uma grana a mais e sustentar o consumo da mulher, que afinal, tem que estar sempre glamurosa, e seu próximo carro do ano. Os homens também entram nesse surto, e muitas vezes não percebem. Escutam 24 horas por dia que eles têm que ganhar bem para sustentar a família, tem que ter o carro do ano, o cheiro da moda, ser forte, não chorar, proteger sem machucar, saber três línguas e fazer doutorado pra subir na carreira.

E aí muitas mulheres surtam por que o marido foi numa partida de futebol com os amigos enquanto ela fica em casa com as crianças, o trabalho pro dia seguinte e a bagunça do almoço pra limpar. Os homens ficam putos porque a mulher “está enchendo o saco”, já que eles passam o dia todo estressando no trabalho e finalmente podem pensar em outra coisa que não seja colocar comida na mesa.

Não parece um círculo vicioso?

Atualização:

No site do Media Education Fundation, é possível assistir a um trecho do Killing Us Softly 4, no qual Jean Kilbourne faz uma avaliação mais moderna sobre o assunto, e infelizmente constata que as coisas pioraram. O vídeo também em inglês e sem legendas, mas prometo fazer um post só sobre o que ela fala, ok?

Seja materialista

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Calma. Você não entrou no blog errado. Antes de se revoltar e remover permanentemente o Iniciativa Sustentável do seu reader, leia pelo menos até o segundo parágrafo.

Quero mostrar aqui uma nova visão do modo de se lidar com as coisas, que descobri, como não poderia deixar de ser, navegando por essa vasta rede mundial*. Foi quando me daparei na revista Vida Simples com a história de um cara que decidiu viver com apenas 100 coisas. Ele se lançou a esse desafio depois de parar para olhar à sua volta e descobrir que não estava cercado de pessoas, de laços, de  sentimentos, mas de coisas.

Conte comigo, quantas coisas você deve ter? A começar pelo computador ou notebook, no qual você está lendo esse texto. Imagino também que esteja usando uma vestimenta, composta de roupas íntimas e roupas de cima, e que no seu armário há várias combinações desses modelos. Você deve ter um celular, escova de dentes, mouse, diversas canetas que sempre se perdem, agenda, livros, revistas que nunca terminou de ler, relógio, cama, colchão, cds, dvds, sua garrafa d’água pessoal, porta-retratos com os entes queridos, barbeador/depilador, um ou dois carros. Isso se falando coisas relativamente básicas para a vida moderna e que não têm que ser repostas periodicamente, como sabonetes, pasta de dentes, papel higiênico e por aí vai.

Pois Dave Bruno se saturou de todas essas coisas e começou a pensar: preciso mesmo de tudo isso? Quantas coisas, objetos, um ser humano precisa para viver? E então lançou o desafio das 100 coisas: viver um ano com apenas 100 itens. Ele passou o ano de 2009 assim e já lançou o desafio para 2010.

Aí você me diz: “que espécie de escritora maluca é essa que imagina conversar com o leitor?” Não, quero dizer, você provavelmente deve estar se perguntando onde entra o materialismo aqui, já que a ideia é se livrar das coisas. Pois aí é que está o verdadeiro x da questão. Imagine que, durante um ano, você pudesse usar apenas uma caneta Bic. Nenhuma outra. Você cuidaria ao máximo para não perder ou estragar o objeto, afinal, ficar sem caneta quando se precisa é um suplício (pelo menos para uma jornalista). Como adquirir uma caneta é coisa mais fácil e banal do mundo, a gente não costuma se precupar muito com esse objeto. E essa atitude se estende ao muito que temos.

Ame a sua caneta Bic

Não só temos um excesso de coisas como cuidamos mal dessa infinidade de itens e temos que adquirir novos objetos para substituir o que foi quebrado ou perdido. Daí a ideia de ser materialista, no sentido de preservar seus bens. Pensar em cada nova aquisição como se fosse algo único, não automático.

Além disso, cada bem que você tem é realmente especial, mesmo que seja uma caneta Bic, porque os materiais usados na fabricação foram retirados de algum lugar ao qual provavelmente não retornarão. Mesmo uma simples caneta foi feita, pensada, embalada e transportada por pessoas que fazem disso a sua vida.

*www: World Wide Web

Papelão e animais

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Qualquer um que já colocou gatos e uma caixa de papelão no mesmo ambiente sabe que esse simples objeto é melhor do que manjar de coco para eles. Há tempos eu vinha namorando as casinhas da Caboodle, e até planejei fazer algo semelhante para as duas pestinhas que tenho aqui em casa, mas desanimei.

Agora descobri via Cadê o Atum? que a Ecobichos, uma empresa brasileira, está investindo na mesma ideia. Casinhas para animais feitas de papelão. Práticas, baratas, ecológicas e ainda customizáveis. Não é um charme?

Antes que esse vire um post sobre as minhas gatas, eu fico por aqui.

Teste: miojo natureba

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Entrando na onda de uma alimentação mais saudável, minha mãe me surpreendeu outro dia com um pacote de miojo integral. Eu, que estou sofrendo pra achar o que comer (saiba por quê), resolvi experimentar a novidade. E não é que o trem é bom?

Segue uma avaliação (inspirada nos desafios malucos da Lívia Aguiar):

O negócio tem jeito de miojo, é feito como miojo, mas não é miojo. Grande diferença? Não tem glutamato monossódico, um ingrediente que tem a finalidade de realçar o sabor dos alimentos, mas que acaba sendo tóxico. Por isso, o gosto não é tão atrativo como aquele dos miojos tradicionais.

Esse que eu fiz é de funghi, um cogumelo meio amarronzado que é usado em algusns molhos mais chiques. E realmente tem gosto de funghi. Coloquei um salzinho pra dar um gosto a mais e gostei. Pra quem pode, é interessante colocar um queijo parmesão. Deve ficar fino.

O caseirito, como é chamado, é vendido pela Mãe Terra. Na própria embalagem eles destacam a sua filosofia: fazer comida natural de verdade, causando o menor impacto possível ao meio ambiente.

Aí vem um ponto contra: se o objetivo é causar o menor impacto, por que vem uma embalagem de plástico dentro da embalagem? Isso não costuma vir nos miojos comuns, e gera mais lixo. Na bandeijinha não há o símbolo de reciclagem, mas o material parece ser reciclável.

No fim das contas, gostei. Ficou um pouco aguado, mas meus miojos sempre ficam assim. E considerando o tempo que eu não faço um, mereço um desconto.

Essa loja me pareceu bem legal. Minha mãe a encontrou em Pouso Alegre, mas com certeza dever ter em Belo Horizonte também. Junto com tudo, ela trouxe um livrinho com receitas rapidinhas naturais. Gostei da proposta deles. Em vez de adotar hábitos malucos para salvar o planeta, tentar transformar o sustentável em uma opção prática e atrativa para as pessoas.