Fazendo as contas

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Vai caber mais uma Europa no mundo?

Fã de desing e decoração que sou (apesar de ser jornalista), tenho descoberto algumas coisas interessantes navegando por sites gringos sobre o tema.

O mais espantoso dos hábitos americanos é que eles acumulam muito mais coisas do que nós. Por exemplo: parece ser quase inconcebível uma casa sem closet. Já no Brasil, nos contentamos com armários (muitas vezes divididos entre marido e mulher) e closet é coisa de casa de luxo. Outro diferencial é a quantidade de máquinas. Vi um site que sugeria como medida ecológica secar as roupas ao natural. No nosso país, soa meio esquisito alguém comprar uma máquina só para executar essa tarefa e não existe casa que não tenha varal. Há vários outros exemplos, como o uso de água quente, trituradores embutidos nas pias, mega aspiradores.

É claro que não vivo nos EUA e não posso dizer como é a vida por lá. Mas posso imaginar que as coisas se deêm dessa forma por alguns fatores: 1. o mercado interno americano é (ou era) bem mais aquecido que o nosso. Lá é possível comprar os mais variados tipos de apetrechos high tech por um preço bem menor, quase como comprar um pastel na padaria. 2. O hábito de pagar alguém para arrumar a sua casa não é tão difundido lá como aqui. Enquanto nós pagamos salários de fome para que pessoas da periferia venham limpar a nossa bagunça, lá o serviço é dividio pela família, e aí qualquer ajuda da tecnologia é bem-vinda.

Essa tese da economia de energia e recursos dos países pobres ou emergentes inclusive se confirmou com um estudo que listou as cidades mais poluentes do mundo. Quem quiser pode acessar a pesquisa completa aqui, mas basta dizer que a cidade mais poluente é Rotterdam, na Holanda, que polui 20 vezes mais que São Paulo. Das top 10 poluidoras, seis são americanas. Lá na lanterninha estão países como Bangladesh e Nepal. No meio estão os países emergentes.

O grande perigo é que as coisas estão mudando no Brasil. A classe C agora é maioria. Quem não tinha dinheiro para comprar carros ou eletrodomésticos, agora pode parcelar em 12 vezes no cartão. As vendas de carros e a indústria batem recorde após recorde de crescimento. O mesmo acontece com a China e a Índia (pelo menos no que tange ao crescimento econômico).

E dessa vez o desenvolvimento não vai ser no ritmo lento do século XVIII. A população brasileira, indiana e chinesa somadas dão 2, 7 bilhões de habitantes, quase metade do contingente mundial. Já os EUA e a Europa – com seus 57 países – somam 1,2 bilhão de habitantes.

E aí, vai ter planeta pra mais dois mundos desenvolvidos?

Um comentário em “Fazendo as contas

    Mariana Congo disse:
    20.fevereiro.2011 às 14:45

    Ninguém vai convencer quem nunca teve carne no prato – e agora tem – a comer menos carne pra salvar o planeta.

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